3 de setembro de 2016

Uma breve divagação sobre os desertos da vida

Muitos se perguntam por que Deus nos permite passar pelos desertos da vida? Esse é um questionamento legítimo e acredito que todo cristão em algum momento de sua vida, vai ter que lidar com a questão do sofrimento. Creio que existem muitos motivos pelos quais Deus permite que soframos. Mas gostaria de compartilhar algo da minha vivência pessoal diante da dor e do sofrimento. Não pretendo fazer das minhas experiências uma verdade absoluta e incontestável e sim um caminho para a reflexão sobre algo que aflige a muitos. Bom, creio que os desertos da vida existem para aprendermos a lidar com dois fatores essenciais para o desenvolvimento de uma espiritualidade sadia: o reconhecimento de nossa humanidade e o silêncio de Deus.

Acredito que fomos discipulados para acreditar que após nossa conversão, nos tornamos pessoas inatingíveis, protegidas por uma bolha espiritual que nos torna seres quase sobre-humanos. Por isso, muitos não sabem lidar com dor e a perda porque foram levados a acreditar que a única coisa que os alcançaria, seriam as bênçãos do Senhor. Então, Deus permite o deserto para que possamos lidar com as nossas próprias limitações humanas e com a fraqueza do nosso estágio atual (vida antes da Volta). Também creio que todo cristão precisa saber lidar com o silêncio de Deus, porque posso afirmar com toda certeza, que muitas vezes Ele simplesmente se cala. E este silêncio ensurdecedor de Deus revela a qualidade da nossa fé, pois nada mais difícil do que permanecer fiel quando não estamos sentindo e nem ouvindo nada e apenas somos guiados por uma profunda convicção na verdade revelada na Cruz.

Sei que muitos podem ter expectativas e vivências diferentes dessas, mas creio que não podemos negligenciar a realidade do sofrimento para produzir maturidade espiritual em nós. Enquanto vivermos esperando que Deus sempre nos livre de tudo que nos desagrada e com  sensação que Ele sempre colocará um oásis em meio ao deserto, seremos sempre parecidos com aquelas crianças mimadas que quando choram por qualquer coisa, rapidamente aparecem os pais super-protetores para socorrê-las, dizendo: “vem cá tesouro, não se misture com essa gentalha!” Que Deus nos livre de nós mesmos e que possamos amadurecer para a glória dEle!

3 de agosto de 2016

Sobre crítica e ação.

Antes de criticar algo que uma pessoa está fazendo no ministério cristão ou em qualquer outra atividade da vida, faça algumas perguntas:

1. "Eu tenho experiência na área em questão?" Se a sua resposta for sim, cogite a possibilidade de orientar a pessoa que está encontrando dificuldades em realizar a tarefa. Se a sua resposta for não, fique quieto!

2. "Eu consigo desempenhar melhor a tarefa em questão?" Se sua resposta for sim, coloque-se a disposição para auxiliar quem está desempenhando a tarefa. Se a sua resposta for não, fique quieto!

3. "Eu estou disposto a me envolver com a tarefa em questão para ajudar a sanar o problema?" Se a sua resposta for sim, arregace as mangas e trabalhe. Se a sua resposta for não, fique quieto!

4. "Eu tenho disposição de corrigir a pessoa nos erros que ela está cometendo?" Se a resposta for sim, exorte em amor. Se a resposta for não, fique quieto!

5. "Eu sou uma pessoa engajada nas atividades ministeriais de uma igreja (serviço)?" Se a sua resposta for sim, compreenda o princípio do auxílio mútuo para a edificação da igreja e siga em frente. Se a sua resposta for não, fique quieto!

Entenda, quem não é solução, na maioria das vezes pode ser mais um problema a ser resolvido. Paz a todos!

25 de julho de 2016

Por que você vai ao culto de domingo?

Não sei se você já se fez esta pergunta e tentou respondê-la de forma honesta alguma vez em sua vida, mas se isso ainda não aconteceu, recomendo que você faça este pequeno exercício de reflexão:

“AFINAL DE CONTAS, POR QUE EU VOU AO CULTO DE DOMINGO?”

Bom, vou tentar ajudá-lo a pensar sobre o assunto, expondo algumas considerações pessoais sobre o tema:

1.       A primeira razão para ir a um culto, por mais óbvio que pareça, é CULTUAR A DEUS. Então, podemos afirmar que o aspecto doxológico (glorificação a Deus), deve ser o maior motivo que nos faça sair de casa para ir ao culto. Claro que não podemos ignorar o desejo de ir ao culto para ser ministrado ou ser abençoado, mas isso de forma alguma é o objetivo central do mesmo;

2.       Levando em consideração a razão citada acima, penso que deveríamos avaliar a liturgia do culto, pois me parece que hoje em dia, ela é todo pensado para que EU E VOCÊ possamos nos sentir bem e assim sejamos acalentados emocionalmente (sem generalizações!). Louvores animados para nos por para cima ou intimistas para nos emocionar. Mensagens com conteúdo muito parecido com autoajuda, que nos deixam turbinados e otimistas. Pouco conteúdo bíblico e muita bobagem humanista;

3.       Creio que não podemos nos esquecer que o culto dominical é um CULTO CONGREGACIONAL e, portanto, não estamos ali para prestar nosso culto individual (já fazemos isso em nossa casa!) e sim, juntamente com nossos irmãos em Cristo, prestarmos um culto comunitário ao Deus dos deuses. Ou seja, o culto de domingo é um momento de olhar para Deus em adoração e debaixo da ação gloriosa do Espírito Santo em nós, voltarmos os nossos olhos para nossos irmãos com a intenção de edifica-los em amor. Veja que a Escrituras “regulamentam” o culto público para que ele não perca essa finalidade;

4.       Claro que não podia deixar de lado que a questão de congregar é um princípio bíblico exposto ao longo de todo o Novo Testamento. Por isso, devemos ir ao culto por ser uma orientação bíblica clara!

Sei que existem muitos outros motivos e razões a serem consideradas, mas deixo aqui a minha pequena contribuição sobre o assunto. Espero que, de alguma forma, tenha lhe ajudado a refletir um pouco melhor sobre o CULTO DOMINICAL.  Paz a todos!


PS: refiro-me ao culto dominical por ser o mais tradicional em nosso meio, mas isso se aplica a qualquer culto da Igreja de Cristo.