30 de julho de 2013

Igreja não faz caridade!

Há algum tempo venho refletindo sobre o papel da Igreja de Cristo nas questões de cunho social. Confesso que este é um tema muito complexo e com muitas vertentes distintas, por isso venho tentando me achar dentro desse emaranhado de informações que nos bombardeiam constantemente. Tenho mais dúvidas do que certezas, mas continuo procurando um ponto de equilíbrio, até porque sou pastor e tenho a responsabilidade de instruir outras pessoas.

Pois bem, uma das conclusões que tenho chegado é que essa divisão entre o que é espiritual e o que é ação social é simplesmente desastrosa e prejudicial para o desenvolvimento do projeto de Deus através da Igreja, ou seja, não podemos fazer distinção entre aquilo que consideramos sagrado, como congregar, orar, ler a Bíblia, etc. e a nossa responsabilidade social como indivíduo e igreja. Para mim, tudo isso é espiritual e manifesta a glória de Deus! Falo isso, porque ainda temos um conceito de projeto social como uma obra de caridade feita pela igreja para beneficiar os mais pobres. Pensamos que apenas distribuir cestas básicas ou sopão em lugares carentes (atitudes boas em si mesmas) ou qualquer outra coisa que fazemos no tempo livre que temos é obra social. Para mim não é! Creio que a identidade da Igreja de Cristo está intimamente ligada com a capacidade de fazer o bem e propor alternativas de mudança para a comunidade em que está inserida. Agindo assim, ela está sendo espiritual, porque está cumprindo o seu propósito.

Mas infelizmente vemos igrejas gastando fortunas em templos e outras bobagens e praticamente não dedicando nada do seu orçamento para cumprir esse nobre chamado. Fazemos algumas coisas para apenas apaziguar nossa consciência culpada e para sentirmos que estamos colaborando (não estou generalizando, entenda!). Isso é no mínimo um desvio de rota que precisa urgentemente ser corrigido. Igreja não faz “caridade” e nem tem “projeto social”. Ela é uma agência de transformação espiritual e social. Esse é o seu chamado, essa é a sua identidade! Ela pratica boas obras, assim como se dedica a devoção espiritual. Pelo menos é assim que tem que ser!


Ton.

PS: não sei se consegui ser claro, mas como disse, são conceitos em formação. Paz a todos!

Venha o teu Reino!

“Uma Teologia humanista, que deliberadamente ou inconscientemente nega ou afronta a glória e a soberania de Deus, não pode de forma alguma gerar cristãos conscientes do seu papel como filhos de Deus.”


Como cristão, nada me incomoda mais nos dias de hoje do que a tentativa humana de se tornar o centro de todas as coisas. Vejo isso acontecendo na sociedade, na igreja e infelizmente, dentro de mim também. Acredito que devemos combater esse modo de pensar com todas as nossas forças. Mas isso exigirá de nós que somos chamados de filhos de Deus, uma atitude um tanto quanto radical, pois precisaremos passar por um período de desintoxicação por assim dizer. Isso se deve ao fato de durante longos anos, o nosso ensino deixou de ter raízes bíblicas – ortodoxas e optamos por uma mensagem mais agradável aos ouvidos e mais vendável, por assim dizer. Nos preocupamos tanto em enchermos nossas igrejas e mantermos as pessoas dentro delas, que nos esquecemos (ou pelo menos não enfatizamos mais como deveríamos) a mensagem da cruz, que é loucura para os que se perdem! Creio que ainda existe esperança e que mudanças profundas podem e devem acontecer. A grande questão é se estamos dispostos a isso, pois isso implicará em descontruir uma gama de ensinamentos ministrados e mudar uma série de comportamentos adquiridos que em nada refletem a glória de Deus na igreja. Em minha opinião, o show tem que acabar e precisamos nos conscientizar que nossos recursos podem ser muito bons, mas para a manifestação do Reino de Deus, eles não são suficientes. É tempo de humilhação! Não devemos apenas descer dos nossos pedestais. Precisamos destruí-los para nunca mais sermos tentados a subir lá novamente.


Ton.

29 de julho de 2013

Escravos do agora.

Uma das últimas palavras da Bíblia Sagrada é MARANATA. Como muitos devem saber, essa palavra significa essencialmente VEM, SENHOR! Ela é importante para a compreensão da espiritualidade da igreja primitiva, pois aponta para a maior expectativa dos primeiros cristãos, ou seja, a volta de Cristo. Havia um sentimento de urgência no coração de cada pessoa comprometida com o Evangelho do Mestre, pois eles aguardavam o retorno de Jesus com expectativa e grande alegria. Creio que esse era um dos motivos que impulsionavam a muitos a se entregarem ao martírio, pois nada mais importava para eles, afinal o Rei dos reis estava a porta! Mas passados todo esse tempo, como se comporta a igreja atual com relação a esse assunto? Será que ele pode ser considerado um definidor da nossa espiritualidade? Penso que vivemos num momento espiritualmente decadente, pois nossa fé está muito alicerçada no aqui e no agora. Queremos as bênçãos materiais deste mundo, o reconhecimento por parte de homens, as conquistas que servem como troféus expostos em nossa sala de estar. Poucos falamos das alegrias do porvir, quase não ensinamos sobre a volta de Jesus e nem desafiamos as pessoas a viver de forma radical e rendida a Deus, como deve ser a vida de um cidadão cuja pátria é a eternidade! Nos tornamos escravos do hoje e do agora! Amamos este mundo e tudo que nele existe e qualquer coisa que tente nos separar, mesmo que só um pouco, de todos os prazeres que o presente século nos oferece, nós ignoramos e riscamos da nossa agenda. Isso é triste, pois corremos o risco de contaminar uma geração inteira de cristãos, simplesmente porque paramos de ensinar que nossos olhos devem estar voltados para o alto. Só falamos e vivemos por aquilo que é importante para nós. Existe pouco espírito sacrificial em nosso meio, pois permitimos que o nosso ventre se tornasse o nosso Deus e obviamente, justificamos tudo isso, com uma espiritualidade rasa e superficial, que em nada lembra o Evangelho de Cristo, sendo apenas uma mera caricatura do mesmo. Precisamos mudar! Mas para isso parar de justificar nossos erros, pedir perdão pelos nosso pecados e começarmos a clamar com toda a nossa força Maranata, ora vem Senhor Jesus!



Ton.

28 de julho de 2013

O melhor CD de todos os tempos!!!!!

Tudo que fazemos não pode ter outro objetivo senão manifestar a glória de Deus. Mas para que nossos projetos cumpram com esse propósito, antes eles precisam ser depurados pelo fogo de Deus. Isso exigirá de nós paciência, perseverança, humildade, submissão e discernimento. Então, quando superamos essas etapas, estamos prontos para ver nascer sonhos e propósitos de Deus para nós. Nesse sentido, nosso amado mano e ministro de louvor da Comunidade Cristã Redenção de São Vicente - SP, MARCOS GUIMARÃES, conhecido por nós como Marcão (apesar de ser baixinho. Vai entender! rsrs), está lançando o seu primeiro CD após oito anos sonhando com este projeto. Como amigo e pastor dessa família abençoada, desejo que o ministério dele possa florescer e que ele possa dar muitos frutos para a glória dAquele que o chamou e capacitou. Parabéns Marcão, Carmem e toda a família! Estamos felizes e realizados com você e por você! Se alguém tiver interesse de conhecer melhor o trabalho dele, é só entrar em contato pelos telefones (13) 3464-1796 e (13) 9715 - 6304 e adquirir o CD Terra Santa. Vale a pena!

Paz a todos!!!


Ton.




27 de julho de 2013

Prá que buscar felicidade no ministério cristão?

Esta semana, estava conversando com minha esposa e ela me fez a seguinte pergunta: “Você se sente feliz e realizado no ministério pastoral?” Pensei alguns segundos e respondi o seguinte para ela: “Às vezes sim e às vezes não! Mas isso pouco importa, porque não faço o que faço tendo como base meus sentimentos e nem mesmo o meu senso de realização.” Bom, isso foi mais ou menos o que respondi para ela naquele momento e se ela me perguntasse a mesma coisa de novo no dia de hoje, a minha resposta não mudaria muito. Com isso quero dizer que enquanto estivermos fazendo algo pensando em senso de realização ou felicidade, corremos um sério risco de nos perdermos no meio do caminho, pois o que deve guiar cristãos tementes a Deus é o desejo de glorifica-lo em tudo e posso afirmar com toda convicção que isso nem sempre tem a ver com sensações humanas e temporais. Não estou afirmando que não teremos alegrias no ministério cristão, apenas estou dizendo que o que sentimos ou pensamos pouco importa neste caso, pois a essência da vida cristã é rendição e não realização e felicidade. Em algum momento, essas coisas se encontram, mas nem sempre isso acontece! Pode parecer estranho afirmar isso, quando o que mais ouvimos é um discurso triunfalista e até mesmo um pouco hedonista vindo dos púlpitos deste Brasilzão de meu Deus, mas se nosso ministério depender do senso de auto realização, então estamos fadados ao fracasso espiritual (o que necessariamente não significa fracasso aos olhos humanos. Triste realidade!) Particularmente, prefiro viver assim, sem nenhum desejo de sucesso e realização pessoal, pois minha felicidade não está nessas coisas e sim naquele que me criou, regenerou e me chamou para pregar a sua Palavra. Tento viver realizado nEle e em mais nada, pois creio que é assim que deve ser.

22 de julho de 2013

Deus habita no vazio?

“No vazio existencial, podemos encontrar a Deus, pois somente Ele tem condições de habitar nesse lugar.”


Em tempo de uma espiritualidade barulhenta, ativista e amante do conforto e da sensação de paz, é difícil pensar e falar sobre vazio, principalmente o existencial. Na verdade, nem mesmo no nosso dia-a-dia convivemos bem com espaços vazios em nossas agendas. Nos orgulhamos de estar sempre ocupados, correndo de um lado para o outro, fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Nossos cultos (se você é um evangélico carismático) refletem essa ansiedade da nossa alma, pois não gostamos daquele silêncio incômodo que às vezes surge entre uma música e outra, entre uma oração e outra, entre uma palavra e outra. Somos, literalmente, escravos da novidade. Mas, se em algum momento, Deus desarticular todas as muletas emocionais que criamos para nós mesmos, como será que vamos reagir? Pois bem, acredito que Deus faz isso! Ele tem os seus caminhos para nos fazer olhar para nós mesmos e para a condição pífia que se encontra a nossa alma carente de coisas e pessoas e um desses caminhos consiste em nos jogar no olho do furacão do vazio existencial, pois lá, a única alternativa que temos é nos agarrarmos a Ele. Então, não podemos pensar que a tristeza, a dor e o vazio são sempre obra do inimigo da nossa alma (diabo). Pelo contrário, Deus promove essas coisas para que no final possamos reconhece-lo e adorá-lo em espírito e em verdade. Enfim, Ele remove as distrações infantis da nossa frente, para que assim o encontremos. Bendito seja o nome do Senhor!

15 de julho de 2013

Se você não pode ir para o deserto, então desligue o computador!

No início da igreja cristã, era comum alguns homens e mulheres praticarem a reclusão como forma de crescimento espiritual. Para isso, essas pessoas se deslocavam para o deserto e viviam lá por longo tempo. Era um jeito de buscar uma vida de contemplação a Deus, utilizando para isso, o isolamento como forma de fugir das distrações deste mundo. Hoje, numa sociedade interligada pelas redes sociais, nem é necessário ir para o deserto. Basta apenas se desconectar das mesmas e já começamos abrir espaço em nossa agenda para a prática da contemplação espiritual. Obviamente não quero comparar a atitude dos monges do deserto com um mero desligamento das redes sociais. Longe de mim tal insanidade! Mas, se ainda não conseguimos viver e nos bastar no isolamento espiritual como forma de adoração a Deus, às vezes podemos começar mais devagar e desligar um pouco o computador. Pode ter certeza, isso contribui para a nossa própria edificação! Tente e você verá que é uma prática bastante salutar.


Ton.

PS: em tempo, não tenho nada contra as redes sociais e sim contra o mal uso delas (aliás, como qualquer outra coisa!), por isso não condeno quem usa e acho uma fanfarronice quem se julga mais espiritual por não usar.