2 de abril de 2013

Será que precisamos de um avivamento?


Recentemente, vi um vídeo postado no YouTube de um grupo de cristãos chineses recebendo exemplares da bíblia (segue vídeo no final do post). A cena é linda, comovente e até mesmo chocante! Eles avançam em direção a caixa contendo as bíblias e ao pegá-las começam a beijá-la em meio às lágrimas. Simplesmente comovente! Vi e me envergonhei. Vi e me senti um pouco superficial. Vi e fiquei constrangido. Converti-me numa época em que o Evangelho começava a se espalhar pelo país. Aqueles poucos cristãos, que representavam em torno de cinco por cento da população brasileira, estava começando a se tornar uma grande multidão, mas ainda assim, sofríamos um pouco de preconceito e de perseguição quando decidíamos manifestar publicamente nossa fé, quer no trabalho, escola, faculdade, vizinhança, etc. Obviamente, nada disso se compara ao que os cristãos chineses passam até hoje, mas era uma época intensa! (talvez diga isso baseado em um sentimento nostálgico). Mas hoje é diferente. Somos quase trinta por cento da população nacional. Temos força política. Estamos na televisão. Alguns pertencem às classes abastadas. Outros são artistas famosos que se converteram, ou são artistas cristãos que ficaram famosos. Enfim, é uma época diferente. E acho que a minha vergonha e constrangimento em ver o já citado vídeo vem daí. Crescemos, mas perdemos a intensidade. Crescemos, mas nos tornamos superficiais. Crescemos, mas tomamos a forma do mundo. Crescemos, mas abandonamos o primeiro amor! Isso é assustador! Falar em sofrimento e martírio é quase uma heresia dentro da igreja brasileira nos dias de hoje. Pensar em perseguição é achar que isso é fruto de ataque do inimigo. Morrer pelo Evangelho é algo impensável! Cristão bom, é cristão próspero materialmente e que é reconhecido como um vencedor, pois percorre os corredores do palácio e não os chãos da favela. Como chegamos a esse ponto? Essa é a pergunta que mais me incomoda nesses dias. E quando vejo exemplos como da igreja chinesa, ou olho para os heróis da fé do passado e do presente (em sua maioria heróis desconhecidos), vejo que precisamos ir além e dar o próximo passo. Talvez o que precisamos seja de avivamento. Talvez seja perseguição. Talvez seja a pregação de um Evangelho mais consistente e puro. Confesso que isso me perturba e desejo encontrar respostas. E como eu, sei que existem milhares ou milhões de insatisfeitos que estão buscando a mesma coisa, ou seja, um despertamento para que a glória do Reino se manifeste em nós e através de nós. Que assim seja!


Naquele que nos aviva,


Ton.