Recentemente, vi um vídeo postado
no YouTube de um grupo de cristãos chineses recebendo exemplares da bíblia (segue vídeo no final do post). A
cena é linda, comovente e até mesmo chocante! Eles avançam em direção a caixa
contendo as bíblias e ao pegá-las começam a beijá-la em meio às lágrimas.
Simplesmente comovente! Vi e me envergonhei. Vi e me senti um pouco
superficial. Vi e fiquei constrangido. Converti-me numa época em que o
Evangelho começava a se espalhar pelo país. Aqueles poucos cristãos, que
representavam em torno de cinco por cento da população brasileira, estava
começando a se tornar uma grande multidão, mas ainda assim, sofríamos um pouco de preconceito e de perseguição quando decidíamos manifestar publicamente nossa fé, quer no trabalho, escola, faculdade, vizinhança, etc. Obviamente,
nada disso se compara ao que os cristãos chineses passam até hoje, mas era uma
época intensa! (talvez diga isso baseado em um sentimento nostálgico). Mas
hoje é diferente. Somos quase trinta por cento da população nacional. Temos força
política. Estamos na televisão. Alguns pertencem às classes abastadas. Outros
são artistas famosos que se converteram, ou são artistas cristãos que ficaram famosos. Enfim, é uma época diferente. E acho
que a minha vergonha e constrangimento em ver o já citado vídeo vem daí.
Crescemos, mas perdemos a intensidade. Crescemos, mas nos tornamos
superficiais. Crescemos, mas tomamos a forma do mundo. Crescemos, mas
abandonamos o primeiro amor! Isso é assustador! Falar em sofrimento e martírio
é quase uma heresia dentro da igreja brasileira nos dias de hoje. Pensar em
perseguição é achar que isso é fruto de ataque do inimigo. Morrer pelo
Evangelho é algo impensável! Cristão bom, é cristão próspero materialmente e que é reconhecido como um vencedor, pois percorre os corredores do palácio e não os chãos da favela. Como chegamos a esse ponto? Essa é a pergunta que
mais me incomoda nesses dias. E quando vejo exemplos como da igreja chinesa, ou
olho para os heróis da fé do passado e do presente (em sua maioria heróis
desconhecidos), vejo que precisamos ir além e dar o próximo passo. Talvez o que
precisamos seja de avivamento. Talvez seja perseguição. Talvez seja a pregação
de um Evangelho mais consistente e puro. Confesso que isso me perturba e desejo
encontrar respostas. E como eu, sei que existem milhares ou milhões de insatisfeitos que estão buscando a
mesma coisa, ou seja, um despertamento para que a glória do Reino se manifeste
em nós e através de nós. Que assim seja!
Naquele que nos aviva,
Ton.