29 de agosto de 2013

O discipulado burro.

Tem palavras que já foram incorporadas ao vocabulário evangélico, que ao ser pronunciadas, nem desperta em nós algum tipo de questionamento. Uma dessas palavras é DISCIPULADO, que sem dúvida é uma das palavrinhas mais usadas em nosso meio nos últimos anos. Eu particularmente gosto dela e a considero complexa e cheio de significado, portanto, não tenho nada contra o conceito em si. O que me causa um grande desconforto é o fato de, muitas vezes, utilizarmos o discipulado e todas as formas de executá-lo como um mecanismo de reprodução e não de reflexão. Isso significa que o discipulado cristão brasileiro assume ares de ensinar a fazer a partir de um modelo estabelecido e não de estimular cristãos a refletirem sobre o que é a vida cristã e todos os seus desdobramentos. Dentro de uma perspectiva industrializada de igreja, a primeira forma é mais útil e gera resultado mais rápido, mas é esse tipo de igreja que desejamos estabelecer? Creio que precisamos urgentemente resgatar os princípios do discipulado para a autonomia espiritual, que conduz para a interdependência nos relacionamentos. Para isso devemos parar de ensinar a reproduzir e começar a ensinar a pensar. É uma tarefa difícil e que requer quebra de paradigmas estabelecidos em nosso meio gospel atual, mas precisa ser feito, senão corremos o risco de formarmos uma geração de pessoas espiritualmente fragilizadas e emocionalmente dependentes.


Ton.

23 de agosto de 2013

Mate os lobos para que as ovelhas vivam!!!

Um pensamento me ocorreu esses dias após ouvir a fala de um pastor que estava participando de um fórum em um congresso em Goiânia. Confesso que não é um pensamento novo nem para mim e muito menos para a maioria das pessoas que conheço, mas no momento em que ouvi o pastor falando com propriedade sobre o assunto, me peguei concordando com ele, mas principalmente, me sentindo constrangido por não estar fazendo o que deveria ser feito na intensidade que a situação exige. A ideia defendida por este pastor é mais ou menos essa: não adianta reclamar dos problemas existentes na Igreja brasileira e muito menos daqueles que são os geradores desses problemas. Precisamos assumir uma posição contrária a tudo aquilo que julgamos estar errado. E para não cair apenas no criticismo medíocre e oco, devemos começar a agir a partir da nossa realidade local. Devemos nos posicionar e mostrar novas alternativas de viver a vida cristã. Condenar o erro, mas praticar as mudanças necessárias.
Não foi exatamente assim que ele falou, mas resumidamente, foi esse o conceito defendido. Então, que os pastores (não me refiro apenas àqueles que foram ordenados como tal, mas todos aqueles que exercem a função pastoral dentro do Corpo de Cristo) assumam seu papel, para que lobos disfarçados de ovelhas não devorem o rebanho de Cristo e nem destruam com as suas mentiras aquilo que existe para glorificar a Deus, ou seja, a sua Igreja. Por isso, creio que devemos lutar pela Igreja, devemos combater o engano, devemos apontar os erros, mas principalmente, devemos nos comprometer com as mudanças necessárias, nem que isso corte em nossa própria carne. Eu amo a Igreja de Cristo e vivo para servi-la, por isso quero contribuir para a sua edificação e crescimento espiritual. E você, tá nessa junto comigo e outros milhares ou milhões de inconformados? Que o Senhor seja conosco!


Ton.

20 de agosto de 2013

Como identificar uma pessoa convertida.

“A cruz não é apenas um símbolo religioso. Na verdade, ela representa uma mudança de senhorio.”

Acho que se perguntarmos para muitas pessoas que estão dentro das igrejas porque elas se consideram cristãs, as respostas que ouviremos vai nos chocar um pouco, pois acredito que muitos não sabem definir de fato o que é conversão. Penso que muitos associam o ato de se converter ao impulso emocional que os conduziu a um determinado tipo de apelo feito em uma reunião evangélica. Outros pensam que são convertidos pelo fato de frequentarem uma igreja e de já terem sido batizado nela. Existem ainda aqueles que acreditam que devido ao seu alto padrão moral adquirido ao começar a frequentar um espaço religioso, podem se considerar pessoas convertidas. Creio que todas essas coisas por si só não são más e até mesmo podem ser um indicativo de uma conversão genuína, mas o que define de fato se uma pessoa se converteu, ou seja, se tornou um cristão, é a mudança de senhorio, pois conversão nada mais é do que sair do domínio das trevas e do pecado para se submeter ao senhorio de Cristo. Isso parece simples, mas não é! Se proclamamos que o nosso Senhor é Jesus, então não podemos mais ser conduzidos pelos desejos pecaminosos da nossa natureza caída, pois o domínio de Cristo sobre nós é revolucionário e libertador (e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!), produzindo em nós uma profunda mudança de mentalidade e como consequência de ações. Para simplificar: ser cristão é estar debaixo do senhorio exclusivo de Cristo e, portanto debaixo da sua vontade, em plena submissão a Ele. (quem deseja seguir a Cristo, precisa negar a si mesmo). Se não existe submissão ao senhorio de Cristo, então não existe conversão e, portanto não pode ser considerado um cristão genuíno. Terrivelmente simples assim!


Ton.