Tem palavras que já foram
incorporadas ao vocabulário evangélico, que ao ser pronunciadas, nem desperta
em nós algum tipo de questionamento. Uma dessas palavras é DISCIPULADO, que sem
dúvida é uma das palavrinhas mais usadas em nosso meio nos últimos anos. Eu
particularmente gosto dela e a considero complexa e cheio de significado,
portanto, não tenho nada contra o conceito em si. O que me causa um grande
desconforto é o fato de, muitas vezes, utilizarmos o discipulado e todas as
formas de executá-lo como um mecanismo de reprodução e não de reflexão. Isso
significa que o discipulado cristão brasileiro assume ares de ensinar a fazer a
partir de um modelo estabelecido e não de estimular cristãos a refletirem sobre
o que é a vida cristã e todos os seus desdobramentos. Dentro de uma perspectiva
industrializada de igreja, a primeira forma é mais útil e gera resultado mais
rápido, mas é esse tipo de igreja que desejamos estabelecer? Creio que
precisamos urgentemente resgatar os princípios do discipulado para a autonomia
espiritual, que conduz para a interdependência nos relacionamentos. Para isso
devemos parar de ensinar a reproduzir e começar a ensinar a pensar. É uma
tarefa difícil e que requer quebra de paradigmas estabelecidos em nosso meio
gospel atual, mas precisa ser feito, senão corremos o risco de formarmos uma
geração de pessoas espiritualmente fragilizadas e emocionalmente dependentes.
Ton.
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