29 de agosto de 2013

O discipulado burro.

Tem palavras que já foram incorporadas ao vocabulário evangélico, que ao ser pronunciadas, nem desperta em nós algum tipo de questionamento. Uma dessas palavras é DISCIPULADO, que sem dúvida é uma das palavrinhas mais usadas em nosso meio nos últimos anos. Eu particularmente gosto dela e a considero complexa e cheio de significado, portanto, não tenho nada contra o conceito em si. O que me causa um grande desconforto é o fato de, muitas vezes, utilizarmos o discipulado e todas as formas de executá-lo como um mecanismo de reprodução e não de reflexão. Isso significa que o discipulado cristão brasileiro assume ares de ensinar a fazer a partir de um modelo estabelecido e não de estimular cristãos a refletirem sobre o que é a vida cristã e todos os seus desdobramentos. Dentro de uma perspectiva industrializada de igreja, a primeira forma é mais útil e gera resultado mais rápido, mas é esse tipo de igreja que desejamos estabelecer? Creio que precisamos urgentemente resgatar os princípios do discipulado para a autonomia espiritual, que conduz para a interdependência nos relacionamentos. Para isso devemos parar de ensinar a reproduzir e começar a ensinar a pensar. É uma tarefa difícil e que requer quebra de paradigmas estabelecidos em nosso meio gospel atual, mas precisa ser feito, senão corremos o risco de formarmos uma geração de pessoas espiritualmente fragilizadas e emocionalmente dependentes.


Ton.

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