Uma informação não precisa ser verdadeira
para ser validada. Ela precisa apenas ser atraente aos nossos ouvidos.
Obviamente, isso é um equívoco enorme, mas tende a ser uma prática corriqueira de
um modo geral. Quando recebemos uma informação, nossa tendência, num primeiro
momento, é passa-la pelo filtro dos nossos próprios preconceitos e opiniões. Se
ela nos agrada, nos apossamos dela como sendo verdadeira, sem ao menos fazer
uma avaliação mais ampla sobre a mesma. Se ela não nos agrada, a rejeitamos e
mesmo que tudo indique que ela seja verdadeira, ainda assim a tratamos como
mentira. No contexto cristão isso acontece em demasia, devido a grande
influência que recebemos de nossos líderes e das instituições a qual
pertencemos. Muitas vezes reproduzimos um discurso, sem ao menos considerar se
de fato aquilo é a expressão da verdade, simplesmente porque esse discurso foi
emitido por um “ungido de Deus”, ou por alguém que é “profundo conhecedor do
assunto” ou até mesmo porque veio da “boca de Deus através do profeta”. O
problema disso é que nos tornamos massa de manobra com muita facilidade, nos
tornando assim pessoas sem identidade própria, que se contenta apenas com a
identidade de grupo e faz dela a sua razão de existir (devemos entender que
somos reflexo de uma sincronia perfeita entre individual e coletivo). Além
disso, quando permitimos que alguém pense por nós, perpetuamos a ignorância e
abrimos mão de um dos maiores dons dado por Deus a raça humana, que é a capacidade
de refletir sobre sua própria existência (até onde sei apenas os seres-humanos
são capazes de realizar tal proeza). Deus nos chamou para manifestarmos a sua
glória. Mas se permanecemos ignorantes, o máximo que conseguiremos é refletir a
glória de outros! Que Ele tenha misericórdia de nós!
Ton Silva.
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