9 de agosto de 2013

Eu sou uma pessoa ordinária!

O planeta Terra possui mais de seis bilhões de habitantes e posso afirmar algo, sem medo de errar: a maioria esmagadora das pessoas que vivem neste grande formigueiro humano, são seres comuns. Isso mesmo, somos um planeta formado por uma maioria de pessoas ordinárias! 

Parece que estou sendo pessimista ou até mesmo incrédulo com relação a raça humana. Não é nada disso! Afinal sou cristão e como tal acredito que somos especiais para Deus, mas não é disso que estou falando. Somos pessoas comuns, vivendo realidades comuns e fazendo, na maior parte do tempo, coisas comuns e para falar a verdade, não vejo problema nenhum nisso. Acho que é até mesmo libertador, pois na sociedade em que vivemos, somos levados a crer que temos a necessidade de sermos extraordinários e incomuns e isso se torna a nossa grande desgraça, pois nos aprisiona a fantasias megalomaníacas quase infantis que nunca vamos alcançar. 

Nesse momento você pode estar pensando que isso que estou escrevendo é a maior bobagem já dita neste blog. Pode até ser mesmo, mas pense bem, quantas pessoas extraordinárias você já conheceu e conviveu com elas? Eu nunca convivi com nenhuma pessoa que pudesse classificar como tal. Não estou falando daquelas pessoas que admiramos e possuímos laços emocionais fortes e por isso achamos que são incomuns (elas são incomuns e extraordinárias para nós, portanto é uma visão subjetiva), mas estou falando daquelas pessoas que mudam o mundo, que revolucionam épocas, que transformam comunidades inteiras, tais como Madre Teresa de Calcutá, Martinho Lutero, Einstein, etc. Essas pessoas foram incomuns! 

Por que estou falando tudo isso? Simples. Porque existe um ufanismo gospel predominante no modelo de espiritualidade brasileira que nos leva a crer que vamos alcançar toda a nossa cidade para Jesus, que vamos revolucionar o mundo, que somos o epicentro do avivamento mundial, que fomos chamados para algo que nunca existiu, que pertencemos a uma visão que é a mais correta e bíblica e portanto será aquela que destronará Satanás, etc, etc. Sei lá, nos enchemos destas besteiras ditas por líderes de expressão e repetidas à exaustão por nós mesmos, que acabamos crendo nessa esquisitice toda. 

Por isso, deixamos de provar a graça do ordinário e a beleza da vida comum. A consequência disso é que estamos tão deslumbrados com a imensidão do mar, que nos esquecemos até mesmo de dar um simples mergulho gostoso e refrescante nele num dia ensolarado. Voltemos a vida simples e comum. E se Deus quiser fazer de você uma pessoa extraordinária, tudo bem. Se isso não acontecer, apenas curta o prazer de ser mais um na multidão.

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