18 de dezembro de 2013

A dura lição do pastorado

Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. 1 Timóteo 3:1

Numa de suas cartas de instrução ao seu jovem discípulo Timóteo, o apóstolo Paulo afirma que o desejo de consagrar a vida ao ministério pastoral (episcopado) é algo que carrega em si mesmo o espírito da excelência, ou seja, nada é mais nobre do que a dedicação ao ministério pastoral que tem por base a Palavra da Verdade. Por isso, quando lemos essa passagem ficamos empolgados, pois almejamos fazer algo que de fato falha a pena para o Reino de Deus. Mas quando se trata do pastorado e das próprias considerações paulinas sobre o mesmo, a coisa não para por ai, pois o episcopado legitimado pela vontade soberana de Deus cobra o seu preço. O mesmo Paulo que define este chamado como algo excelente (e de fato é), em algumas outras passagens mostra o preço a ser pago pelo mesmo. Veja o que ele mesmo diz em outras passagens bíblicas:

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos;
E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal.
2 Coríntios 4:8-11

Desde agora ninguém me inquiete; porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus.
Gálatas 6:17-18

O que vemos nestas passagens e que podemos encontrar em outros versículos também, é que o pastorado, quando é exercido com temor e fervor, trás consigo sofrimento, tristeza, angústia, solidão e outras coisas que se pudéssemos evitar, com certeza evitaríamos (existem momentos maravilhosos, mas não é esse o tema central do texto)! Talvez se fosse possível evitar todas estas coisas, creio que não conseguiríamos manter nosso estado de completa dependência de Deus e com facilidade nos perderíamos em nossas próprias vaidades. Enfim, o pastorado deixa marcas que talvez nunca sejam apagadas, dores que nunca deixarão de serem sentidas nesta vida, tristezas que estarão sempre em nossa memória! Essa é a dura lição que devemos aprender sobre o mesmo. Então, surge a pergunta: “Vale a pena?” Sim, se estivermos fazendo tudo para a glória de Deus e, obviamente, vocacionado por Ele, senão o que restará é um amontoado de nada que não resultou em coisa alguma, que transformará a existência de quem assim viveu em algo enfadonho e sem sentido. Mas se pela graça de Deus, fomos chamados, as marcas se transformam em nosso legado e no testemunho para uma geração que virá depois de nós almejando a excelente obra que o apóstolo incentivou o seu discípulo a buscar. Paz a todos!

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