25 de março de 2013

Sobre uma pregação de domingo a noite.


Após ouvir a mensagem ministrada pela minha esposa sobre a igreja de Éfeso citada no livro do Apocalipse, fiquei a me perguntar: se removermos a glória de Deus da igreja, o que sobra? E mais, se deixarmos de ser sal da terra e luz do mundo, o que nos resta? Confesso que simplesmente pensar nisso, me causa uma grande angústia! Já passei por duas crises de depressão crônica (cada uma por motivos diferentes) e lembro-me que diante do desespero da falta de sentido existencial, quando olhava para os lados e nada fazia sentido e nada tinha valor, a única coisa que me mantinha em pé e perseverante, não era a minha família, não era a igreja que pastoreava (e ainda pastoreio), não eram os meus sonhos. Nada disso era capaz de gerar motivação real para continuar vivendo. Lembro-me, que deitava ao lado da minha esposa e não conseguia dormir (porque a insônia era uma fiel companheira de todos os dias), mas sentir o cheiro dela me trazia certa paz. Mas confesso, não era suficiente. A única coisa que me mantinha vivo, ou melhor, que me impedia de desistir da vida, era a esperança da alegria que poderia vir pela manhã. Não falo da alegria produzida por pessoas ou coisas, mas da alegria gerada pela presença e pela glória de Deus.

Orava todos os dias desesperadamente para que o dia seguinte fosse diferente. O que me sustentava, era a expectativa da visitação, aquele momento onde o Senhor enxugaria as minhas lágrimas e encheria meu peito do desejo de viver novamente! Demorou mais do que eu gostaria, mas esse dia chegou. Foi como se o céu viesse até a terra e me presenteasse com a presença maravilhosa de Deus. A doce sensação da presença dEle! Continuo lutando diariamente contra meus gigantes internos (que são muitos!), mas carrego a paz de Deus comigo, aquela que excede todo entendimento. Por isso, hoje sou radical, sou extremado, ou qualquer outra coisa parecida com isso, porque experimentei um pouco do que é a ausência de Deus por assim dizer. Por isso, não entendo como pessoas conseguem tratar com banalidade a glória de Deus. Isso simplesmente me enfurece! Então, se tenho que pregar, que seja a verdade, se tenho que servir, que seja com intensidade, se tenho viver, que seja para a glória dEle.

Dito isso, volto na mensagem que ouvi da minha esposa (sinceramente, não conheço ninguém tão verdadeira como ela!). Não quero que Deus remova o candelabro (luz) da minha vida. O desespero de uma vida sem Deus é insuportável! Por isso, apenas quero cumprir o meu chamado de ser sal da terra e luz do mundo e se possível, ajudar outros a fazer o mesmo. As outras ambições, Deus tem se encarregado de arrancá-las da minha vida a cada dia e eu o louvo por isso!


Naquele que nos sustenta no desespero,


Ton.

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