18 de dezembro de 2012

Um comunicado tardio sobre nosso desligamento da Igreja Apostólica Ágape


Acho que chegou o momento de explicitar as questões que envolveram meu desligamento da Igreja Apostólica Ágape. Não tinha feito isso antes por não julgar ser o momento correto. Mas sinto que preciso dar um ponto final para mim mesmo nessa situação. Como sempre zelei por transparência em minha relação com as pessoas a minha volta, não posso agir diferente disso com relação a essa situação, pois isso ainda me incomoda. Pois bem, deixe-me enumerar questões que eu julgo importante com relação a esse assunto:

01.   Sou grato a Deus por todos aqueles que investiram em minha vida durante o tempo em que estive ligado ao Ágape. Não me converti nessa igreja, pois minha conversão se deu na sala da minha casa, numa reunião informal de pessoas de algumas igrejas diferentes, mas o Ágape foi a primeira igreja na qual congreguei. Por isso, tenho gratidão por esse ministério;

02.   Também sou grato a Deus por pessoas que investiram especificamente em minha vida enquanto congregava no Ágape, em especial Marcelo Marajá, que foi a pessoa que me levou para a igreja, Alexandre e Cândida, por terem acreditado em mim e na minha esposa quando muitos talvez não acreditassem e Túlio e Cláudia, por ser um grande exemplo de vida com Deus para todos!

03.   Não tenho absolutamente nada contra este ministério que fez parte da minha história e desejo que Deus continue honrando pessoas tão fiéis ao Senhor como são os líderes dele;

04.   A minha saída não contou com a aprovação dos líderes do ministério, mas eles não colocaram empecilhos nesse sentido (creio eu que por amor a mim e a Elza), ou seja, não concordaram, mas respeitaram a nossa decisão;

05.   Quando decidimos nos desligar, conversamos com todas as instâncias de autoridade da igreja local, começando com pastores, discipuladores, líderes de célula e ministério e enfim, uma asssembléia com toda a igreja. Nessa conversa sempre deixamos bem claro que a nossa decisão era pessoal e que se eles não concordassem, nós entregaríamos a igreja e a liderança exercida. Não houve nenhuma manifestação pública, nem mesmo particular por parte da igreja local e das demais igrejas, no sentido de se desligarem da nossa liderança. Por isso, continuamos a frente do trabalho. Saliento, se a igreja local e os pastores que caminham comigo não concordassem com minha decisão, eu e a minha família sairíamos sozinhos. Mas a nossa decisão contou com a concordância de TODOS!

06.   Vale ressaltar, que sempre ficou claro para todos os pastores do Ágape que a cobertura espiritual exercida pelos apóstolos Túlio e Cláudia, era de pastor para pastor e que eles sempre afirmaram que não tinham o desejo de interferir na igreja local. Então, num momento como esse em que eu e minha esposa nos desligamos da cobertura deles, coube a igreja decidir se iria permanecer conosco ou não;

07.   De forma alguma usurpamos algo de qualquer pessoa. Tudo que foi edificado nesta região é fruto do trabalho dos que aqui estão. Absolutamente nada, além da cobertura espiritual, veio de fora! Assumimos uma igreja de mais ou menos 20 pessoas (que se reunia dentro da casa de recuperação) no ano de 2002 que estava sem pastor a mais de um ano. Quando ninguém se interessou por este trabalho, nós decidimos dedicar nossa vida a ele. E estamos fazendo isso há 10 anos. Por isso, entendemos que a única pessoa que pode nos remover daqui foi aquele que nos enviou, ou seja, Deus!

08.   Um dos maiores motivos para o nosso desligamento, além é claro, de uma direção de Deus (falo isso e assumo a responsabilidade pelas minhas palavras. Sei o que estou afirmando!) diz respeito ao fato das mudanças interiores que Deus tem realizado em minha vida e na vida da minha esposa nesses últimos dois anos principalmente. Isso nos levou a questionar qual tipo de igreja queríamos edificar. Percebemos que não era uma Igreja em Célula no Modelo dos Doze e também não era algo ligado ao Ministério Ágape. Não nos julgamos melhores do que ninguém, e quem pensa isso sobre nós, de fato não nos conhece. Não desmerecemos o que Deus tem feito na Visão e no Ágape, mas a estrada que precisamos percorrer é outra. Não focamos apenas num modelo de igreja que desejamos ser, mas nos princípios, valores e doutrina que desejamos alicerçar nosso ministério;

09.   Continuamos zelando pelas alianças mais preciosas que temos, a saber: nossa aliança com Deus e a nossa aliança de casamento (no primeiro caso, somos zelosos pelo Reino de Deus e isso somente se intensifica a cada dia. No segundo caso, nossa família está alicerçada e confirmada na Rocha Eterna). Nossa aliança com o Ministério Ágape, como qualquer aliança eclesiástica é transitória e passível de mudança. Ninguém é senhor de ninguém e ninguém deve ficar preso a algo ou alguma coisa que não se identifica mais. Pensar diferente disso pode gerar uma espiritualidade doentia, dominadora e sectarista;

10.   Nossa igreja (hoje Comunidade Cristã Redenção) vive um momento de transição. Muito difícil, mas com certeza, muito bom! Não queremos reinventar a roda e muito menos sermos atalaias de um novo movimento. Apenas queremos seguir em frente e servir ao nosso Mestre. Nada mais! Além disso, desejamos manter a comunhão com o Ministério Ágape, que tanto significou e significa para nós;

11.   Não queríamos causar tristeza e aborrecimento para ninguém (apesar de saber que isso era inevitável) e muito menos desestabilizar o processo de outros. Mas também não podíamos mais fugir ou desconsiderar aquilo que Deus estava nos falando, mesmo sabendo que muitos não concordariam. Mas vemos isso acontecendo com alguns personagens bíblicos. O apóstolo Paulo foi um exemplo disso. Chamado para pregar aos gentios, num primeiro momento foi reprovado pela igreja de Jerusalém. Mas o tempo se encarregou de mostrar que esse era o seu chamado;

12.   Por último, quero novamente reafirmar que assumo todo o ônus da minha decisão. Tenho plena consciência do que fiz e do que tenho que fazer. Eu e minha esposa nunca fomos levianos e inconsequentes. Não seria agora que agiríamos dessa forma. Creio que a nossa história fala por nós mesmos e o apoio daqueles que caminham conosco também! Quando saímos de Curitiba, muitos não entenderam, mas depois perceberam e reconheceram que Deus estava conosco. Creio que isso acontecerá novamente e nisso descanso.

No mais, apenas um conselho: não avalie nada, sem antes conhecer todos os fatos. Paz a todos!!

P.S: continuamos abertos para esclarecimentos e perguntas. Qualquer coisa entre em contato pelo email: ton@comunidaderedencao.com

2 comentários:

  1. Ahhh queridos...mudanças...Eu tb pensei que ia casar e manter meus ministérios na igreja onde nasci..mas Deus tinha outros planos...e é assim mesmo. Meu encorajento a vocês é este: "Acaso busco eu agora a aprovação dos homens ou a de Deus? Ou estou tentando agradar a homens? Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo". Gálatas 1:10

    ResponderExcluir
  2. É realmente meu caro irmão em Cristo, esposo, pai e Pastor, não tenho dúvidas que este tempo um dia iria chegar e que vocês seriam verdadeiros neste processo e que tomariam uma decisão muito respaldada na Palavra de Deus e com temor. Fico feliz por vocês e que o mesmo Senhor nosso Deus continue a dirigir seus passos... De alguém que lhes admira e que preza pela vida de vocês. Um fraterno abraço em Cristo Jesus! Conte conosco.
    Gil e Angela
    (Curitiba - Pr)

    ResponderExcluir