É impressionante como em um mundo
globalizado as pessoas se sentem tão sós! Creio que este é um dos motivos do
Facebook ser um grande sucesso, pois ele nos dá uma sensação de estarmos
interligados a outros e assim nos sentimos parte de algo. Mas o fato é que cada
vez mais somos empurrados para a solidão. Nesse sentido, a igreja cristã surge
como uma alternativa de vida comunitária, um espaço onde podemos nos expressar
e nos sentir parte de algo que é maior do que nós mesmos. Obviamente esse não é
o propósito essencial da igreja, mas ela acaba por suprir essa necessidade
humana gerada pela pós-modernidade.
Até ai tudo
bem, não existe problema nenhum no sentimento de pertencimento e na necessidade
de fugir da solidão e encontrar amparo em outras pessoas que confessam as
mesmas convicções que nós. A coisa começa a complicar quando a igreja (que não
deixa de ser um grupo social) passa a ser um reduto e deixa de ser Corpo de
Cristo, pois o reduto é exclusivista, já o Corpo de Cristo é totalmente inclusivo.
O que isso significa? Simples, às vezes transformamos a Igreja (que é um
organismo vivo e dinâmico) em igreja (que nada mais é do que um clube social estático) e
quando fazemos isso, perdemos a nossa capacidade de ser sal da Terra e luz do
mundo, ou seja, nos tornamos irrelevantes, meros membros de uma “gangue”, que
possuem os seus próprios códigos de ética e não se comunicam mais com aqueles
que estão de fora. Pelo contrário, os de fora passam a serem os grandes
inimigos a serem combatidos e aniquilados.
É triste
pensar que isso acontece em nosso meio, mas apenas ignorar o problema não vai
fazer com que ele deixe de existir, não é mesmo? Então, creio que é uma hora de
sairmos da nossa toca, do lugar seguro e aconchegante que criamos para nós e os
nossos filhos, e nos tornarmos cartas vivas para um mundo que perece por falta
de entendimento. Você está disposto a fazer isso?
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